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  • Foto do escritorMaria Paula Coelho

Enterocolite Necrosante: conheça a doença intestinal que traz risco para os bebês

Atualizado: 17 de set. de 2021

A chegada de um bebê se revela para a família como uma nova fase de experiências e descobertas. Antes mesmo da chegada do pequeno, é comum que os pais busquem informações sobre o crescimento e cuidados com a criança, especialmente na primeira gestação. Acreditamos na importância do conhecimento como proteção e, por isso, neste 17 de maio, Dia Mundial de Conscientização da Enterocolite Necrosante, convidamos você a vir conhecer sobre essa doença, que se diagnosticada precocemente, pode proteger o recém-nascido de graves complicações.



Ainda pouco conhecida, a enterocolite necrosante é um quadro inflamatório do trato gastrointestinal. Por ser progressiva, a doença pode levar a perdas de partes do intestino, provocar repetidas cirurgias e internações prolongadas. Pode ser desde um quadro leve, tratável com cuidados clínicos, até um quadro extremamente raro e grave, que acaba levando à perda de grande parte do trato digestivo, porque é necessário realizar um procedimento cirúrgico para retirar esse intestino que necrosou. Isso deixa a criança com o que a gente conhece como intestino curto.


A perda de parte do intestino traz grandes danos à saúde do bebê porque prejudica a absorção de nutrientes, água, entre outros elementos, importantes para o seu desenvolvimento. Quanto mais tardio é feito o diagnóstico, maiores as chances da criança ter uma desnutrição severa, o que pode levar até à morte. Dessa forma, destaca-se a importância dos pais ficarem atentos ao problema:


É uma doença que acomete, na maior parte das vezes, bebês prematuros, mas ainda sim há uma incidência de 10 a 15% em bebês nascidos a termo [no tempo considerado ideal, entre 37 e 41 semanas de gestação]. Então, você precisa como pai, mãe, ter sempre esse olhar para o seu bebê, porque o fato dele não ser prematuro não garante que isso não vai acontecer.

Mas por que os bebês podem desenvolver essa infecção?


Não existe uma causa determinada para a enterocolite necrosante, no entanto um conjunto de fatores são apontados como possíveis desencadeadores do problema. Atualmente, há um entendimento entre a comunidade médica de que um intestino ainda em formação, que pode apresentar dificuldades de oxigenação, imaturidade imunológica e perfusão sanguínea, quando exposto à alimentação, tem maiores chances de ter uma reação inflamatória. Por isso, a enterocolite necrosante é uma doença associada a bebês, especialmente recém-nascidos, sendo mais frequente entre os prematuros.


O tipo de dieta dada ao bebê após o nascimento também pode influenciar no desenvolvimento da enterocolite, sendo o leite materno considerado uma forma de prevenção à doença:


Tem uma incidência menor de enterocolite com o uso do leite materno, que pode ser da própria mãe ou de um banco de leite, enquanto aparentemente existe uma incidência maior de enterocolite em pacientes que usam fórmulas

Além da imaturidade do intestino do bebê e a relação com o leite ofertado, a médica explica que a manifestação da enterocolite também tem sido relacionada a uma alteração da microbiota intestinal.


Essas bactérias que vivem no intestino podem proliferar de uma forma diferente do habitual e acabar lesando esse intestino. Isso pode ser desde uma discreta descamação e um pouquinho de sangramento nas fezes, até uma completa necrose daquele intestino, que muitas vezes é perfurado, o que acaba contaminando a cavidade e a criança precisa ser operada de urgência para tirar grande parte do intestino.

Como identificar a enterocolite


Sem uma causa específica para a enterocolite, o diagnóstico, muitas vezes, pode vir tardio. Ao conhecer um pouco mais das características da doença, os pais podem contribuir com a identificação do problema observando alguns sinais. Fique atento aos sintomas:


  • Sangue nas fezes e vômitos;

  • Distensão do abdômen;

  • Abdômen endurecido;

  • Temperatura corporal baixa;

  • Quedas de pressão


Através de radiografias no abdômen, também é possível identificar sinais de distensão e quando há ar na cavidade abdominal (pneumoperitônio), indicativo de extrema gravidade. Exames de sangue também são utilizados no diagnóstico, pois sinalizam a presença de quadros inflamatórios. No entanto,


o mais importante é a sensibilidade clínica da equipe que está cuidando daquela criança para notar que ela está diferente, se teve uma piora clínica. Precisa prestar atenção nesse abdômen, ainda mais se for um prematuro, que tem maior risco. Por isso, os pais precisam pelo menos conhecer essa doença, pois eles também podem estar atentos à criança.

Programa de Reabilitação Intestinal


Quando a criança tem uma enterocolite leve, o tratamento é composto de alguns procedimentos terapêuticos como o estabelecimento de jejum, nutrição e líquidos administrados pela veia - chamada de nutrição parenteral - e, quando necessário, uso de antibióticos. Geralmente, os bebês que recebem cuidados logo no início da doença respondem bem ao tratamento.


Porém, há casos que podem evoluir para situações mais complexas ou que são diagnosticados tardiamente. Estas crianças acabam não tendo o funcionamento correto do intestino, seja porque o órgão precisou ser encurtado ou porque não consegue mais absorver os nutrientes necessários ao seu desenvolvimento. Para essas crianças existe o PATII - Programa Avançado de Tratamento da Insuficiência Intestinal.


Através do programa, oferecemos um conjunto de cuidados especializados, clínicos e cirúrgicos, com o objetivo de desenvolver a autonomia do intestino remanescente, sempre que possível.


A nossa meta como reabilitação intestinal é sempre desligar a nutrição parenteral ou minimizar ao máximo o seu uso. Deixamos a criança na nutrição parenteral enquanto ela vai crescendo e, em paralelo a isso, vamos estimulando esse intestino para que essa criança possa ir absorvendo cada vez melhor as dietas que vamos dando pra ela, até podermos desligar a nutrição parenteral.

O tratamento ainda precisa ter um olhar atento ao oferecimento do aporte nutricional que garanta o crescimento adequado da criança, especialmente porque nesta fase inicial da vida estão em desenvolvimento o sistema nervoso central e neuropsicomotor.


Atendimento por telemedicina


Nossos especialistas do Programa Avançado de Tratamento da Insuficiência Intestinal estão disponíveis para teleconsultas, uma forma de trazer mais segurança às famílias e aos bebês. Equipes de saúde que cuidam de crianças com intestino curto ou falência intestinal também podem acessar o serviço. Através dos atendimentos remotos, realizamos avaliação de casos, segunda opinião e, caso necessário, colaboramos com a estabilização clínica do bebê para que seja feita a transferência para o Sabará. Caso deseje tirar dúvidas ou agendar atendimentos presenciais, é só entrar em contato com o nosso Canal de Apoio aos Pais (CAP) pelo whatsapp (11) 97068 1924.


Se você tem filhos ou conhece crianças em tratamento de enterocolite necrosante, sabemos o quanto a família tem que lidar com medos e angústias. Por isso, aproveitamos para indicar o trabalho feito pelo Instituto Pequenos Grandes Guerreiros, que oferece acolhimento psicológico gratuito aos familiares de crianças com o problema.


Tem interesse em conhecer mais sobre o trabalho que realizamos no Programa Avançado de Tratamento da Insuficiência Intestinal? Assista abaixo o vídeo feito pelo Sabará Hospital Infantil contando a história do Miguel. Um menino com má formação do intestino delgado, que acabou tendo perda de grande parte do órgão, desenvolvendo a Síndrome do Intestino Curto. Miguel passou por várias intervenções, atendimentos por equipes que ainda nunca tinham lidado com a questão, até chegar ao Sabará. Após o atendimento especializado, Miguel teve sua vida transformada. Você vai se emocionar!



Ficou com dúvidas? Fale com a gente :)

contato@patii.com.br


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